terça-feira, 19 de julho de 2011

roda viva...

Tem dias que nada segura a angústia que vai tomando conta do peito, vai se espalhando pelo corpo de uma maneira absurdamente humana. Acho que a minha começa na cabeça, surge entre as memórias, as boas e as ruins, até sair pelo corpo todo. Ataca a garganta, como se ficasse ali instalada decidindo tudo que pode ou não entrar. As cordas vocais são responsáveis pelas palavras que saem meio desajeitadas, quase sem querer. Quando sentimos no peito a coisa toda fica meio estranha, a gente sente tudo o que não consegue definir, uma mistura de falta de ar com aperto, sei lá. O último estágio corporal da angustia fica nas mãos, elas tornam-se inquietas e começam a suar sem que a gente tenha controle sobre isso. Angústia toma conta dos sonhos, dos pensamentos, dos dias, das noites, das horas bobas, das horas tensas... angústia normalmente surge depois de ações intensas, acho que ela acaba sendo a consequência dessas ações, porque ela vem na mesma intesidade. Angústia desequilibra, tortura, incomoda, murcha, mas ela não ganha sempre, aprender a lidar com a angústia é algo complicado, só que não é impossível. Ações humanas, feitas por humanos, acabam por sensações humanas e essa deve ser a lei, quem sabe?
As vezes o melhor é carregar ela junto, só pra servir de alerta de até aonde a gente pode ir.O negócio é aprender a não dar chance pra angústia crescer, porque quando ela aumenta despedaça. Vem angústia, junta meus pedaços e me acompanha, mas me deixa respirar um pouco, me permita não me torturar tanto. Que eu me permita errar, mas que eu não seja tola pra repetir os mesmos erros, dos mesmos jeitos. Porque daí sim ela vem e me pega em cheio, depois nada segura essa safada da angústia!
"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo"

Um comentário:

Bibi disse...

o medo da angústia é o que nos faz frear determinados impulsos... mas nem sempre. Muito bom amiga ;*