quarta-feira, 27 de abril de 2011

que o samba abençoe!

isso é a minha vida, não é um jogo onde as peças são mexidas de um lado pro outro conforme o bel prazer do acaso. eu já tomei conta dela e não posso perder, só existe essa e eu escolhi viver da melhor maneira possível. isso não significa que não existam as coisas ruins, que eu esteja isenta de sofrer, de fazer sofrer, no meu jeito as vezes meio torto de fazer as coisas eu sei que acabo me perdendo um pouco. algumas pessoas insistem que é tudo culpa do meu coração mole, mas na verdade eu acho que se falam dele como mole é porque na real ele é duro, andei testando esses dias e descobri que ele aguenta levar porrada. na verdade aguentar ele aguenta, mas prefere muito mais ser alegre.
pensei sobre isso tudo quando voltava da faculdade hoje de manhã, uma angústia disfarçada no jeito de andar, nos fones de ouvido, no sorriso leve. perceber certas coisas assustam e tantos foram os sustos que eu passei ultimamente, sustos internos, descobertas que me fizeram deslumbrar no fundo do túnel uma parte de mim que andava meio esquecida. acho que relembrei que eu carrego dentro de mim uma coisa que queima e que precisa ser alimentada, queima feito o fogo da vida como já dizia Lou Salomé.  acho que tá mais do que na hora de eu deixar queimar e aceitar que muitas coisas acontecem e não tem explicação, mas que não posso brincar de viver, eu preciso escolher viver, por mim.
dá um medinho quando a gente se da conta disso, são tantas coisas envolvidas, pessoas queridas, escolhas de vida, espaços. aprender a viver sem ultrapassar as barreiras da singularidade, saber ser só e viver na companhia dos outros, aprender a se respeitar respeitando o outro. cara, coisas simples que a gente vai perdendo no decorrer do tempo. logo eu, que achava que sabia já dessas coisas, que pensava saber tanto sobre mim, que sentia um controle sobre as minhas coisas, acho que fui pega de surpresa por facetas de mim mesma que eu não sabia mais que eram minhas.
é, não se engane não companheiro, a tal de vida é pra valer e a gente ri, chora, sente, sofre. por nós, pelos nossos queridos, pelos nossos amores e as vezes até por quem a gente não conhece. alguém pode mesmo dizer que a vida não é uma arte? 
quando vinha pra casa hoje de manhã uma clássica frase ressoava na minha cabeça: "isso é a vida, a minha vida. ela não é de brincadeira e só tem uma, ela é a arte do encontro, embora hajam tantos desencontros pela vida".
o que eu posso pedir no meio disso tudo, que eu me permita ter espaço pra viver e o resto, que o samba abençoe!