segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quinquilharias empoeiradas

Quinquilharias empoeiradas

Tá chegando o dia da mudança, nem sei por onde vou começar. São tantas coisas jogadas em tantos cantos, cada vez que minha mãe me encarregava de dar fim na bagunça do meu quarto, todo cantinho era lugar para enfiar a bagunça. Agora vou ter que pagar o preço pela preguiça, começar 2010 organizando a casa, puxando toda a quinquilharia pra fora, tirando o que eu não quero mais, juntando os livros antigos, papéis já inúteis, cadernos do ensino médio ( e fundamental, se duvidar). Tudo pra dentro de um saco de lixo.
Chegou o dia dessas quinquilharias que eu guardo por preguiça de por fora, nunca penso que um dia elas vão ter que ser mexidas, trocadas de lugar para dar espaço pra novas coisas. Que serão socadas em algum canto e esquecidas, pelo menos até a próxima mudança ou surto da mãe. As quinquilharias que não são da alma, nem do coração, as palpáveis e que se acumulam de um jeito que fica impossível disfarçar, não ver que estão ali. Caindo de uma gaveta, uma prateleira ou atrás daquela porta que está proibida de ser aberta, pelo menos até o dia que tudo vier pro chão. O que fazer com elas eu não sei, talvez seja mais fácil de descobrir do que as que as que estão escondidas, sem que possam ser tocadas. Mas dessas já falei aqui.
Disso tudo uma coisa é certa, vai rolar muito anti-alérgico, lenço de papel, espirros e poeira, muita poeira. Os ácaros vão fazer a festa, meu nariz vai ficar uma loucura e minha mãe vai me olhar e dizer “bem feito!”. Posso imaginar a cena.
O negócio agora é por tudo pro chão, encarar a poeira e dar uma geral nas quinquilharias, todas empoeiradas!