domingo, 31 de julho de 2011

Al lado del camino...


"Me gusta estar a un lado del camino
fumando el humo mientras todo pasa
me gusta abrir los ojos y estar vivo
tener que vérmelas con la resaca
entonces navegar se hace preciso
en barcos que se estrellen en la nada
vivir atormentado de sentido
creo que ésta, sí, es la parte mas pesada
en tiempos donde nadie escucha a nadie
en tiempos donde todos contra todos
en tiempos egístas y mezquinos
en tiempos donde siempre estamos solos
habrá que declararse incompetente
en todas las materias de mercado
habrá que declararse un inocente
o habrá que ser abyecto y desalmado
yo ya no pertenezco a ningún istmo
me considero vivo y enterrado
yo puse las canciones en tu walkman
el tiempo a mi me puso en otro lado
tendré que hacer lo que es y no debido
tendré que hacer el bien y hacer el daño
no olvides que el perdón es lo divino
y errar a veces suele ser humano
no es bueno hacerse de enemigos
que no estén a la altura del conflicto
que piensan que hacen una guerra
y se hacen pis encima como chicos
que rondan por siniestros ministerios
haciendo la parodia del artista
que todo lo que brilla en este mundo
tan sólo les da caspa y les da envidia
yo era un pibe triste y encantado
de Beatles, caña Legui y maravillas
los libros, las canciones y los pianos
el cine, las traiciones, los enigmas
mi padre, la cerveza, las pastillas los misterios el whiskymalo
los óleos, el amor, los escenarios
el hambre, el frío, el crimen, el dinero y mis 10 tías
me hicieron este hombre enreverado
si alguna vez me cruzas por la calle
regálame tu beso y no te aflijas
si ves que estoy pensando en otra cosa
no es nada malo, es que pasó una brisa
la brisa de la muerte enamorada
que ronda como un ángel asesino
mas no te asustes siempre se me pasa
es solo la intuición de mi destino
me gusta estar a un lado del camino
fumando el humo mientras todo pasa
me gusta regresarme del olvido
para acordarme en sueños de mi casa
del chico que jugaba a la pelota
del 49585
nadie nos prometió un jardín de rosas
hablamos del peligro de estar vivo
no vine a divertir a tu familia
mientras el mundo se cae a pedazos
me gusta estar al lado del camino
me gusta sentirte a mi lado
me gusta estar al lado del camino
dormirte cada noche entre mis brazos
al lado del camino
al lado del camino
al lado del camino
es mas entretenido y mas barato
al lado del camino
al lado del camino
Fito Paez

domingo, 24 de julho de 2011

reclamações

Hoje eu acordei com vontade de reclamar da vida e e isso que eu vou fazer!
Eu ando muito chata ultimamente e tô espalhando chatice pelo mundo, não me aguento mais, fazer nada todos os dias me cansa e eu não sei mais o que invetar pra me manter ocupada. Resultado disso tudo, lá vai a Ana encher a cabeça com besteiras e o pior de tudo é que eu fico incomodando as pessoas com essas besteiras!
Então desculpa ai pessoal, mas no momento eu não sou uma boa companhia a não ser que tu também não esteja sendo muito útil e queira incomodar junto comigo.
Eu já fiquei em PF, fui viajar, sai com os amigos, fiquei em casa, vi o clone, li dois livros, assisti uns quantos filmes, toquei violão, guitarra, fiz um música, brinquei com crianças, joguei video-game, comprei roupa, tomei litros de café, caminhei, corri, escrevi aqui, passei um tempo com a família, tomei um trago monstruoso, parei de beber, voltei a beber, mudei meu quarto, estudei, dormi, engordei... O QUE MAIS EU POSSO FAZER PRA ME LIVRAR DESSE TÉDIO QUE É NÃO TER OBRIGAÇÕES?

Pronto reclamei da vida já, agora vou lá tomar chimarrão com o meu pai!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

meu caro amigo...

Hoje é dia de agradecer, meus caros amigos, só o que posso fazer neste dia que inventaram pra gente é dizer muito obrigada!
Agradeço aos que me escutam reclamando da vida, aos que encaram minha idéias malucas, aos que se jogam comigo  nas idéias malucas, aos que me aguentam bebada, aos que me cuidaram bebada, aos que eu cuidei bebados e aos que eu fiz bebada. Obrigada queridos amigos que choram comigo, que discutem, que jogam bastardos inglorious. Obrigada por existirem Gelpis. Agradeço aos amigos dos colegios que eu passei, obrigada por continuarem comigo amigos do notre dame e do integrado. Obrigada aos amigos da faculdade e de outras faculdades.
Agradeço aos amigos que ouviram minha composições, que leram meus textos e disseram a verdade, aos que falaram que tava bom pra não me magoar também.
Tem os amigos que me afetaram pra sempre, obrigada a todos aqueles que infelizmente só vejo uma vez por ano, agradeço aos que me fazem refletir, aos que me ajudam a crescer intelectualmente, aos que escutam com atenção minhas idéias nos grupos de estudo. Agradeço aos amigos de luta por me ajudarem a ver um mundo diferente onde a gente pode sim lutar por o que acreditamos. Obrigada a todos que não cansam de ouvir eu falar da sociedade, da política, do mundo, de sermos humanos, dos nossos erros e acertos. Obrigada colegas que compartilham comigo o conhecimento, agradeço aos que convivem todos os dias comigo, nos dias bons e ruins.
Meus amigos que praticamente nasceram comigo, muito obrigada por tudo!
Obrigada amigos que se afastaram em alguns momentos, eu sei que posso ser insuportável quando quero. Agradeço aos amigos, que já foram amores e continuaram ao meu lado e aqueles amigos que me adotam como filha, obrigada. Amigos de bar, de boêmia, de roda de violão e de rua, obrigada.
Obrigada pelos conselhos, pelos abraços, pelas ligações, por salvarem meus dias entediantes, pelas palavras de incentivo, pelos sermões, pelas cervejas pagas, pelos dias de sol que fizeram alguma coisa legal comigo, por aguentarem minha indecisão, pelas risadas, pelos beijos, pelas músicas... por TUDO.
São tantos os meus amigos, cada um de um jeito e todos levam consigo um pouquinho de mim e deixam um pouco deles comigo!

terça-feira, 19 de julho de 2011

roda viva...

Tem dias que nada segura a angústia que vai tomando conta do peito, vai se espalhando pelo corpo de uma maneira absurdamente humana. Acho que a minha começa na cabeça, surge entre as memórias, as boas e as ruins, até sair pelo corpo todo. Ataca a garganta, como se ficasse ali instalada decidindo tudo que pode ou não entrar. As cordas vocais são responsáveis pelas palavras que saem meio desajeitadas, quase sem querer. Quando sentimos no peito a coisa toda fica meio estranha, a gente sente tudo o que não consegue definir, uma mistura de falta de ar com aperto, sei lá. O último estágio corporal da angustia fica nas mãos, elas tornam-se inquietas e começam a suar sem que a gente tenha controle sobre isso. Angústia toma conta dos sonhos, dos pensamentos, dos dias, das noites, das horas bobas, das horas tensas... angústia normalmente surge depois de ações intensas, acho que ela acaba sendo a consequência dessas ações, porque ela vem na mesma intesidade. Angústia desequilibra, tortura, incomoda, murcha, mas ela não ganha sempre, aprender a lidar com a angústia é algo complicado, só que não é impossível. Ações humanas, feitas por humanos, acabam por sensações humanas e essa deve ser a lei, quem sabe?
As vezes o melhor é carregar ela junto, só pra servir de alerta de até aonde a gente pode ir.O negócio é aprender a não dar chance pra angústia crescer, porque quando ela aumenta despedaça. Vem angústia, junta meus pedaços e me acompanha, mas me deixa respirar um pouco, me permita não me torturar tanto. Que eu me permita errar, mas que eu não seja tola pra repetir os mesmos erros, dos mesmos jeitos. Porque daí sim ela vem e me pega em cheio, depois nada segura essa safada da angústia!
"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo"

terça-feira, 12 de julho de 2011

Junto as mão ao meu redor...

Esses dias uma amiga disse "Ana, escreve!" mas eu não tinha o que escrever. Nem sei direito o porque de escrever aqui as coisas que passam na minha cabeça, pra que tanta exposição? Deve ser necessidade de alguma coisa que eu ainda não sei dizer, mas com certeza algo em mim sabe o que é.
Férias é um período que me faz realmente inútil, na verdade essa falta de compromissos que me faz sentir isso, mas não vou falar de férias hoje. Vou falar de uma vontade que me deu hoje a tarde enquanto eu me perdia entre minhas cordas e acordes mal feitos. Bateu um vontade de abraço, percebi que muitas das pessoas que eu gosto estão longe dos meus braços e fiquei um pouco contrariada com isso. Então eu lembrei de um texto que dizem ser de Vinícius, mas não posso garantir; Sendo ou não do poeta eu reli ele hoje, acho que pra hoje ele faz sentido pra mim...


"De repente deu vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço, de proximidade…
de amizade… sei lá…
Talvez um aconchego que enfatize a vida e
amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.
Deu vontade de poder rever saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo espaço
mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos, das auras… sei lá…
Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas a dizer… "estou aqui."
Lembrar do trançar dos braços envolventes
e seguros afirmando "estou com você…"
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento... sei lá..
abraço... abraço... abraço...
abraço... abraço... abraço...
abraço... abraço... abraço...
O que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz
no cosmo, no tempo e no espaço.
Só sei que agora deu vontade desse abraço!
Que afaste toda e qualquer angústia
 Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração.
Que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim só pude pensar em você...
nessa sua energia, nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
dessa vontade desse abraço."
Vinicius De Moraes

sábado, 2 de julho de 2011

Trainspotting – Sem Limites

Falta de inspiração e assuntos pra tratar aqui!
Mas pra não morrer, vai ai uma reflexão sobre o filme Trainspotting, feito a duas cabeças e quatro mãos por mim e o meu irmão Arthur.



“Lust for life”, tesão pela vida, este é o nome da música tema do segundo filme do diretor Danny Boyle, Trainspotting – Sem Limites, que é uma adaptação do livro homônimo de Irvine Welsh e retrata uma geração e uma época onde as mudanças sociais causavam uma estranheza na juventude. O que aconteceria com a vida depois que as mudanças já haviam acontecido, uma época pós-transformações ocorridas principalmente nos anos 70. Viver já tomava proporções diferentes, o prazer, a liberdade, o tesão pela vida passava a ser uma busca constante e intimista. Foi nas drogas que os protagonistas dessa história encontraram uma forma de viver intensamente o que na vida real eles não achavam muita intensidade. Renegando o que era estabelecido na sociedade como objetivos de vida (escolher um emprego, uma casa,uma família, uma televisão grande). Eles escolheram viver aventuras regadas a drogas, roubos e uma busca por recuperação que era atravessada pela necessidade de continuar usando drogas.
O filme retrata a amizade de jovens dependentes químicos, mas usa uma linguagem realista, sem preconceito em relação ao tema. A Heroína é a preferida do grupo, a sensação de ser melhor que o sexo, causa neles um momento de intensidade de vida, que vive camuflada a cada pico. Existir passa a ser apenas um momento de efeito da droga, nas tentativas de reabilitação a dificuldade de deparar-se com a realidade que a abstinência causa faz com que o protagonista Renton se encontre com ele mesmo, as alucinações, os medos, os fantasmas que perseguem o rapaz, significam um momento de transição na vida dele, onde enfrentar a realidade nem um pouco intensa ou interessante aumenta a necessidade de fuga e a vontade da droga.
Porém, Trainspotting não é um filme que tem a droga como figura central, a história central do filme é a forma como Renton e seus amigos levam a vida, encaram e procuram viver. Em uma Escócia “fodida”, como eles mesmos dizem, a necessidade de tornar as coisas mais interessantes acabam tornando o grupo interessado em buscar prazer em atividades reprimidas pela sociedade. “I chose no to choose life... I chose something else. And the reasons? There are no reasons.” Não haver razões para buscar uma vida dentro das regras ou fora delas, nos faz refletir sobre o porquê temos que viver de certa forma, o que a vida espera de nós quando nem nós mesmos sabemos o que esperar dela. O discurso inicial de Renton deixa marcado quais os motivos que levam o grupo a desenvolver a história da maneia como se seguiu, é uma realidade na juventude, o não saber o que fazer da vida ou como vive-la. Tommy é um exemplo disso, ele passa a usar drogas após ser abandonado pela namorada, sua vida perde o sentido quando ele se separa de uma pessoa, o vazio que a vida tem para esse personagem reflete no que acontece com ele, a morte acaba sendo a solução para uma vida já sem sentido, mas essa é a “solução” de todas as vidas, talvez a maneira como o personagem levou a dele tenha acelerado este processo, mas o final, de qualquer jeito, seria o mesmo. Então a forma de viver acaba sendo uma questão de escolha de como vai passar o tempo até a morte. São essas as questões principais do filme, a não condenação ou a apologia as drogas são questões que podem estar implícitas no filme, se o espectador não entender o verdadeiro caminho que o filme segue, as questões que ele envolve são muito mais existenciais do que meramente junkies. São questões que acabam levando o grupo para o desfecho do filme onde, Renton agora em Londres e recuperado das drogas não nega ajuda aos amigos que continuam levando as mesmas vidas dos tempos da Escócia, assim ele se envolve novamente com a vida que tinha antes, desta vez com uma distância das drogas, mas não com a falta de necessidade de viver intensamente fora dos padrões que já estava vivendo.
Ser um cara mau talvez não fosse a explicação mais apropriada para o final do filme. Roubar dos próprios amigos, trair aqueles que conviveram e compartilharam das mesmas questões existenciais que ele, talvez não tenha sido um ato de maldade, mas uma necessidade de sentir que ainda era possível viver de uma forma inconseqüente ou apenas mais constante do que o normal. Pode ser que tenha sido a última vez, que depois disto ele aceitaria escolher um trabalho, uma família, uma maquina de lavar roupas. Ou talvez ele apenas estava escolhendo uma vida, sem precisar de alguma razão, até quando ele escolhesse mudar de novo as suas escolhas.
Trainspotting – Sem Limites é um filme que envolve o espectador, uma história rápida que mostra a dinâmica de uma geração. Controverso em seu lançamento, o filme, hoje, é merecidamente considerado um dos melhores filmes dos anos 90, não somente pelo lado psicológico/existencial, já tratados, mas também pela surpreendente e inovadora estética e forma de narração não linear que o diretor imprimiu ao trabalho. A estética escolhida para o filme aliada a direção de arte nos mostra um mundo de contrastes desenvolvidos para causar uma reação no publico, as cores aparecem com uma forte presença para definir e diferenciar o certo do errado, a sanidade do delírio. Somado a isto a decisão de Boyle e o roteirista John Hodge em não tomar partido moral sobre os eventos ocorridos no filme (como o próprio Boyle disse em resposta a algumas criticas na época do lançamento: “Não estamos aqui para julgar Renton e seus amigos, estamos aqui apenas para assistir, enquanto suas vidas se reduzem a nada.”) nos jogam novamente dentro das questões existenciais mostrando que a narrativa, assim como o uso da droga não é linear, mas “circular”, no começo do filme Renton não ia a lugar algum, pois sempre retornava as drogas, quando as deixou “de vez”, seguiu em frente. Este aspecto circular esta presente em toda a película, e nos remete ao titulo, pois a gíria escocesa trainspotting significa, segundo Welsh, uma atividade sem sentido, algo que é, aparentemente, uma total perda de tempo (você não chegará a lugar algum retornando sempre ao ponto de partida, então onde esta o sentido?) Estas características, porém, são grandes atributos da obra. Este ótimo filme faz jus ao status que possui e é recomendável para quem gosta de se envolver em um mundo que parece estar distante, mas que trata de um pouco de todos nós.