sábado, 11 de dezembro de 2010

Quinquilharias erepianas

Hoje tive notícias de uma pessoa muito especial que faz tempo que eu não vejo. É muito bom saber como estão as pessoas que moram longe, ainda mais quando alguns acontecimentos da vida acabam nos afastando um pouco.
Existe na minha vida uma ocasião que ocorre uma vez por ano que é responsável por algumas das relações mais bonitas que eu tenho, são quatro ou cinco dias especiais, num espaço livre onde todos podem apenas ser, sem preocupação alguma com coisa alguma.
Lá eu criei laços que carrego a alguns anos já, pessoas que me ajudaram a ver a vida de uma forma um pouco diferente, que me acrescentaram vivências e sentimentos que formam um pouco o que sou hoje. Ainda existem pessoas que entraram na minha vida mais recentemente e que também já mudaram algumas coisas, essas mudanças são muito significativas pra mim. Talvez não seja possível para todas as pessoas que freqüentam esse espaço entender a grandeza disso, a de"s"formação que a gente passa no começo, uma sensação de desconstruir o que a gente pensava ser único, que acaba gerando uma afetação total da realidade onde o que se pode fazer são muitas trocas e possibilidades. Uma brincadeira até tosca com os temas, mas que faz todo o sentido, um sentido de continuidade que é presente em todos os anos, a expectativa pelo próximo porque se sabe que algumas coisas só podem acontecer lá, porque aquele é o espaço pra essas coisas acontecerem. Essa é a grandeza de tudo isso, a beleza de poder ser apenas o que se quer, sem medo.
Acho que essa sensação que fica quando a gente volta pra rotina, de que algumas coisas simplesmente não acontecem na vida "irreal", do cotidiano, talvez porque a vida que a gente leva as vezes acaba sendo mecânica, como se fosse alguma coisa premeditada, talvez programar a vida a torne irreal. Esse sentimento me causa uma falta enorme, quando troquei informações com esse amigo especial eu não sabia o que dizer a não ser a falta que ele faz, a falta que essas pessoas fazem, a falta de abraços inesperados, lambidas na cara, palavras de afeto, liberdade quase plena, necessidade de fazer nada junto, saudade do mato e da chuva de flores amarelas. Essas coisas são combustíveis quando as minhas coisas não vão muito bem, a esperança de saber que um dia essa hora chega e os encontros acontecem de novo, continuando aqueles cinco dias do ano passado e resgatando um pouco do que foi se perdendo pelo caminho.
Talvez o meu momento não seja dos melhores, talvez nem tenha um grande motivo pra isso, mas saber que logo verei tanta gente e sentirei tantas coisas resgatam um pouco das coisas que penso ter perdido ultimamente. Pode ser só saudade, mas quem sente saudade é porque sente amor por alguma coisa, algumas pessoas e alguns lugares e isso eu sei que eu sinto, o afeto deles me afetou e agora já não tem mais volta.

6 comentários:

Eduardo Bueno disse...

Aninhaaaaaaaaaaa...
tu traduziu o intraduzivel. os ereps acabam tendo esse efeito...tu enfrenta o mundo, vislumbrando apenas a possibilidade de estar por ai, qdo o próximo chegar.
o mundo fica pra outro dia!

...é foda...só faz aumentar a saudade...
espero que tu fique bem!
fica bem meu anjo!

Bruno Sem Rumo disse...

Ana!!
Parabens pelo texto e por esse blog produtivo, senti uma grande verdade nessas palavras que falam tao pessoalmente das trocas e amizades dos ereps, transpassando uma tristeza e um momento de reclusao sua neste momento (interpretaçao pessoal e sentimental deste post. Interessante mistura conseguiu, e acho que me tocou por conhecer de forma similar isso, logo suas palavras poderiam ser minhas. E alem do mais sempre quando ouço vc falar dos ereps e permacultura fico orgulhoso, como c tivesse um pouquinho d culpa por te ajudar a fazer essas escolhas. Muitos beijos e conversamos

Ana Ferraz disse...

Ah o que dizer né, o dudu ligou aqui em casa pra falar comigo, que momento numa tarde solitária e chuvosa. fiquei super feliz e só to esperando a visita que me prometeu.
E Brunão, com certeza tu tem culpa sim, tu, o pablo, o baiano e muitas outras pessoas que me trouxeram pra esse lado da força tem uma pontinha de responsabilidade por tudo isso, sem contar pela experiência mais incrível que vivi até hoje que foi a arca verde, total responsabilidade tua!

Saudade de vocês dois!!!!

Will disse...

bah, que esses dias continuem se eternizando na falta que fazem durante o ano e nessa espectativa deixada para o próximo ano... e que nunca se torne cotidiano pra não acabar essa magia

Anônimo disse...

Nem sei oque falar. Fica meu sentimento de saudade e na espera de continuar sempre reconstruindo e agregando cada vez mais isso que cresce em mim e aposto que em todos. Parabens e obrigado pela completude que me causa esse texto fora do "irreal"! Beijoos Ana

Ana Ferraz disse...

no primeiro dia de aula na faculdade a minha professora disse que pra ser psicólogo tem que ser curioso, então eu vi que eu já tava no caminho... comentários anônimos mexem com a minha curiosidade!!!