segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quinquilharias do tipo A... tchim :D

Quinquilharias do tipo A

Só de pensar que A é a primeira letra do alfabeto já acho que meus pais não quiseram ir muito longe na criatividade para nomear seus filhos, mas a letra “A” hoje aterroriza muita gente por aqui. Acho que em todos os lugares onde a gente encontra, no mínimo, duas pessoas conversando, pode saber que o assunto foi, está sendo ou vai ser a tal gripe. É incrível, o medo que as pessoas têm dessas coisas de epidemia, pandemia, caralho a quatro – opa esse muita gente adooora, mas não quero falar sobre isso-, essas loucuras que eu achava que só aconteciam nos Estados Unidos ou como diz uma amiga minha, “coisas que só acontecem na Finlândia”. Só que dessa vez ta acontecendo na capital do planalto médio, que também já foi chamada de capital da literatura, mas que recentemente tão dizendo por aí que é a capital da gripe suína.
Tá mas seguindo a lógica do blog eu deveria estar falando de alguma quinquilharia, não é?
Na verdade eu estou pensando em quinquilharias, nas muitas quinquilharias que serão o resultado dessa história toda. Nas muitas pessoas que estão nos leitos, nos corredores, nos bancos dos hospitais, morrendo de frio, de medo e de dor. Como será que elas estão cuidando de suas quinquilharias ou será que já perceberam que muitas estão sendo tratadas como quinquilharias?
É a antiga história dos hospitais lotados, do deficitário sistema publico de saúde e blábláblá. Dessa vez a história é mias complexa, a tal gripe não escolhe quem “pegar” ela simplesmente vai atacando por aí, não quer dizer que todo mundo que espirre esteja com gripe suína. Isso eu posso dizer que é muito difícil de explicar. Porque hoje se tu espirrar numa parada de ônibus o pessoal já se afasta de ti, te manda por uma máscara e sair de perto, foi incrível ver a reação de algumas pessoas quando eu mesma resolvi espirrar enquanto esperava um ônibus no centro da cidade.
Outras quinquilharias produzidas pela gripe são a quantidade de potinhos de álcool gel que estão sendo jogadas no lixo, aonde vão parar tantas embalagens plásticas, não vai ter espaço suficiente pra por o lixo que essa gripe ta gerando. Só de máscaras, que muitas vezes são desnecessárias, o lixão já ta cheio, pensa em mais os potinhos de álcool, as embalagens de vitamina C e na quantidade de suco de laranja de caixinha que esse pessoal tá consumindo.
A tal gripe A está tomando conta, não só dos pulmões dos passofundenses, mas de toda a vida do planalto médio, as aulas adiadas, formaturas canceladas, pessoas amedrontadas, represálias por um simples espirro sem querer. O medo vai além dos casos confirmados de morte, do alerta para não aglomerar pessoas, que, aliás, acabou com a felicidade de estar em férias, já que não podemos mais contar com os bares e cinemas. Na verdade maior do que o medo que tenho da gripe suína é o medo de sem querer espirrar de novo na rua, ser mandada para um corredor de hospital, virar assunto do dia, aparecer toda despenteada no jornal e acabar pegando de verdade a tal da gripe A. Eu dizia pro pessoal não se aterrorizar, mas já estou mudando de idéia, aterrorizem-se sim, mas não como a gripe, mas com as muitas quinquilharias que ela ta deixando de herança.


Ana Ferraz

Um comentário:

Will disse...

ahhhhhhhhhhhhhhh!
esse assunto tá doendo mais que dissonantes mal colocadas em meu ouvido!
Vamos varrer toda essa quinquilharia de uma vez por todas de nossas mentes, mais contaminadas que a tal gripe do que o próprio corpo dos infectados!
Eu quero espirrar sem um comentário blábláblá!!